O Estado do Mundo colocará em cena uma relação de causa-efeito entre pequenos gestos e grandes consequências. Servindo-se de utensílios domésticos, aparelhos electrónicos, bens essenciais do dia-a-dia de todos nós – eles próprios responsáveis pelas alterações climáticas –, o espectáculo sublinhará uma ideia de paradoxo: entre aquilo que defendemos a respeito deste tema e a nossa incapacidade de abdicar de comportamentos do quotidiano.
Em cena, apenas um intérprete e uma panóplia de utensílios, retrato das nossas vidas, onde o consumo ocupa um lugar incontornável. Perguntaremos até que ponto os nossos pequenos gestos podem causar grandes impactos. Até que ponto uma torradeira ou um secador podem ser responsáveis por grandes desastres naturais, como um incêndio ou uma tempestade de areia? Até que ponto adicionar um cubo de gelo na bebida ou barrar o pão com manteiga são gestos sem consequência?
Como pôr em cena a imensidão de uma catástrofe natural através de miniaturas? Como criar um espetáculo profundamente ecológico?
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O Estado do Mundo será o primeiro espectáculo de um díptico que se destina a pensar o estado do mundo – natural, político, geográfico, social, histórico, económico e humano.